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"Fazer cocô dia sim, dia não". Jair Bolsonaro |
Depois que o Presidente Jair Bolsonaro, sugeriu que poderíamos ajudar o meio ambiente fazendo "cocô dia sim, dia não", resolvemos publicar o texto do Professor Robeilton Gomes.
Esperamos que os eleitores mais fervorosos do presidente levem a risca a sua sugestão e ajudem o nosso meio ambiente.
Por Robeilton de Souza Gomes - Facebook
Esses dias uma postagem de uma pessoa me fez lembrar um episódio marcante da minha trajetória inicial de estudante de História. A postagem dizia: "eu votei no bolsonaro mesmo e não estou arrependido!" Não tive como não rir da teimosia.
Lá pelos idos de 2006, mesmo ano em que iniciei a graduação, tive que ficar algumas vezes com meu avô no Hospital Beneficente Portuguesa, em Manaus. Perto do leito dele tinha um senhor de sanidade já claudicante que todos os dias fazia suas necessidades fisiológicas na frauda. Nada incomum senão pelo fato dele se recusar a todo custo a retirar a frauda suja e se deixar limpar pelas enfermeiras. Todo dia era a mesma coisa, aquela cena toda em meio à gritaria. Os familiares, coitados, morriam de vergonha, não só pelo estado, pelo mau cheiro, como pelas ofensas que ele desferia contra todos que tentavam ajuda-lo: "Socorro, eles querem me matar...me deixa...sai daqui...vocês querem minha aposentadoria...seus diabos".
Todo dia era a mesma cena! Eu ficava admirado com a paciência das enfermeiras que recebiam aquelas agressões todas, mas, continuavam fazendo aquele trabalho asqueroso com um aparente sorriso no rosto: "calma vôzinho, é para o seu bem!" E quando os parentes, mortos de vergonha, pediam desculpas, elas respondiam: "que nada, já estamos acostumadas!" Eu só comigo pensava: "meu Deus, ainda bem que vou ser professor de História e não terei que tentar limpar a bosta de ninguém, enquanto ainda sou ofendido por isso".
Um belo dia, já perto do meu avô ter alta, lá estou eu acompanhando-o, e nosso vizinho de leito ali, firme nos seus propósitos.
Nesse dia ele resolveu caprichar. Liberou uma "postagem" daquelas insuportáveis que deve ter interditado o pavilhão todo do hospital. E lá vem as distintas moças cumprir seu pesaroso serviço. Mas, nesse dia ele realmente estava disposto a se superar. Quando elas se aproximaram, ele disparou: "saiam daqui suas pragas, vão procurar o que fazer, vocês se incomodam até com a merda da gente!" Ninguém aquentou, nem os outros pacientes: o riso foi geral!
Quem lida com pessoas nessa condição sabe o quanto é difícil, às vezes, manter a necessária calma, a paciência, ainda que elas nos façam rir de vez em quando!
Muito bacana o seu trabalho, meu colega. Obrigado pela menção.
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