segunda-feira, 9 de setembro de 2019

O desprezo do Ministro da Economia Paulo Guedes pela ZFM

Ministro da Economia Paulo Guedes - Foto/Reprodução

O Ministro da Economia Paulo Guedes, mais uma vez atacou a Zona Franca de Manaus - ZFM. Dessa vez, foi em uma palestra que ocorreu em Fortaleza - CE, no último dia 05.

Segundo Paulo Guedes, o modelo da ZFM, "é antieconômico e tudo mal feito".

A ZFM, sempre sofreu ataques de empresários de outras regiões do país, principalmente do Sudeste, onde se encontra o Estado de São Paulo, o mais industrializado do país.

Criada em 1967, em pleno governo militar, a ZFM surgiu com o objetivo de atrair migrantes para o Norte do Brasil, assim como uma forma de proteger a floresta Amazônica do desmatamento.

A ZFM, não encontra-se apenas no Amazonas, mas também no Acre, Amapá, Rondônia e Roraima. Gera a grande maioria dos empregos diretos e indiretos no nosso Estado.

Ao longo de cinco décadas, a economia do Amazonas tornou-se refém da ZFM. No momento, é nítido que não temos um plano "B", para enfrentar uma possível extinção desse modelo econômico.

O Ministro Paulo Guedes, ao expressar a sua insensibilidade quanto a ZFM, demostra que não tem conhecimento sobre a importância  dela para o povo do Amazonas.

Atacar e destruir a ZFM, é como voltar ao período do ciclo econômico da borracha. Será um total desastre para a nossa economia. Um retrocesso para a nossa sociedade.

Em seu livro "Manaus - Amor e Memória", o escritor e poeta amazonense Thiago de Mello, descreve que após a decadência da economia do látex,  apenas restaram "os pobres, os ratos e as baratas em Manaus". Pois, os pobres não tinham como pagar uma passagem de navio para deixar a cidade. A elite foi embora, depois que explorou ao máximo a borracha Amazônica.

É preciso repudiar qualquer forma de ataque contra a Zona Franca de Manaus. Principalmente contra o liberalismo selvagem que tanto defende o ministro de Jair Bolsonaro.

domingo, 8 de setembro de 2019

Yesterday: não é um grande filme, mas vale muito a pena assistir

Imagine se apenas você lembrasse dos Beatles - Imagem/Divulgação

Quando vi pelas redes sociais o trailer do filme Yesterday, achei uma grande sacada a ideia de uma única pessoa no mundo - no caso do filme, apenas três pessoas - lembrarem da obra dos quatro garotos de Liverpool: John Lennon, Paul McCartney, George Harrison e Ringo Starr.

Os caras que criaram a maior banda de todos os tempos: The Beatles!

A história do filme conta um amor mal resolvido ainda na adolescência, entre os protagonistas Jack Malik (Himesh Patel) e Ellie Appleton (Lily James).

Depois de um apagão global, Jack sofre um acidente e acorda no hospital. Ao ser liberado, é recebido pelos amigos e ganha um lindo violão. Jack, cantar a música que é título do filme. 

Todos ficam emocionados com a canção, mas ninguém sabe quem é o compositor, e acham que é o Jack. Ninguém lembra dos Beatles!

Jack, passa então a cantar as músicas dos Beatles em bares e poucos conseguem enxergar o potencial das melodias e das letras nas canções. Jack, passa a pensar que o problema não é a música, e sim, ele próprio. 

Talvez lhe falte talento, ou alguém com sensibilidade para reconhecer a grandiosidade das músicas que cantava. Foi o que ocorreu. 

Convidado para gravar uma demo num estúdio caseiro, as músicas são divulgadas em vídeos, via internet. O sucesso é imediato e chama a atenção de uma grande gravadora, que tem a intenção de apenas lucrar com o "talento" de Jack.

Jack faz um grande sucesso nas redes sociais e em pré-show de um artista já reconhecido pelo grande público, quando descobre que não é o único que se lembrava das músicas dos Beatles. Havia dois personagens que também lembravam da banda de Liverpool.

Neste encontro, Jack consegue o endereço de um dos Beatles. A lógica seria encontrar os dois Beatles ainda vivos: Paul e Ringo. Mas para a grande surpresa, Jack encontra John Lennon, aos 78 anos de idade. John não havia perdido a vida com quatro tiros,  na noite de 8 de dezembro de 1980.

John Lennon, sem os Beatles e com todo o sucesso que fez, estava vivo e velho, morando em lugar simples e feliz. 

Outra cena muito forte, é o momento em que um dos personagens que lembra da banda, cita mais ou menos a seguinte frase: "o mundo seria muito mais escuro sem as músicas dos Beatles".

No momento em que a sociedade brasileira assisti autoridades  perseguindo livros, como aconteceu na Bienal do Livro, na semana passada no Rio de Janeiro, onde o prefeito Marcelo Crivella, mandou recolher os livros da Marvel, é a demonstração do momento arriscado que corre a nossa frágil democracia. 

O mundo certamente seria muito mais escuro:

Sem livros!

Sem poesia!

Sem música!

Sem teatro!

Sem Beatles!

Sem arte!

O filme Yesterday, talvez não concorrerá a nenhum Oscar, mas já ganhou minha admiração, pela ousadia e genialidade da ideia.


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