Imagem/Reprodução
Quando o dia amanhece nublado em Manaus, parece que tudo fica mais leve. O ar fica mais leve, o trânsito fica mais leve, pensar fica mais leve.
O clima agradável parece deixar as pessoas relaxadas.
Levo Maria, minha filha, na escola bem cedinho.
Onde eu moro - Distrito Industrial 2, Conjunto Lula - tenho a sorte em contemplar uma paisagem cercada por árvores, principalmente as enormes castanheiras que seguem todo o caminho na Avenida Cosme Ferreira, que vai da minha casa até a escola da Maria, e de lá, até o meu trabalho.
O rádio em meu carro toca várias canções. Nenhuma música chama a minha atenção. O clima é mais interessante. A paisagem faz com que uma paz enorme tome conta do meu ser.
Até tocar Always On My Mind (tradução: "Sempre em minha mente"), música de Elvis Presley.
Surgiu em minha mente, tão rápido quanto as castanheiras por onde eu passava, a tal foto histórica de Donald Trump.
Punhos serrados, sangue no rosto, olhar confiante, cercado de seguranças e atrás, a imponente bandeira norte americana.
Por que não tocou Alegria, Alegria de Caetano Veloso? Como nossos pais de Elis Regina? Construção de Chico Buarque? Qualquer Música Popular Brasileira - MPB, então a viagem seria plena. Mas não, tocou logo uma música do estadunidense Elvis Presley.
Passei a pensar na atual conjuntura política global. O crescimento da extrema direita na Europa. O extermínio dos palestinos na Faixa de Gaza. A guerra entre Rússia e Ucrânia. O bolsonarismo no Brasil. As eleições nos Estados Unidos.
É quase inevitável a volta de Donald Trump, como presidente dos Estados Unidos. Joe Biden não passa de um gatinho diante de um tigre dente-de-sabre.
Trump será uma peça essencial no tabuleiro da política mundial. Que diga o presidente ucraniano Volodymir Zelensky. Além de fôlego para o clã Bolsonaro, atolado em denuncias.
O sol parece querer sair. O clima gostoso está acabando. Nada é para sempre. Mas a imagem de Donald Trump, essa já entrou para a história.