sábado, 5 de novembro de 2016

A iraniana Marjane Satrapi, autora do livro Persépolis e o ENEM 2016

(Luciano Roberto)

A questão do ENEM é a primeira página do livro Persépolis [Imagem: g1.globo.com]

Estou chateado! E não é para menos. Abri o site do g1.globo.com, e dei de cara com a obra em HQ - História em Quadrinhos - "Pérsépolis", da iraniana Marjane Satrapi. 

Estou aborrecido! Comprei este livro depois que li "Maus - A história de um sobrevivente" - do estadunidense Art Spiegelman, que relata a história do seu pai, um jovem judeu polonês que sobreviveu ao holocausto, na 2ª Guerra Mundial (1939-1945). 

Estou irado! A história de Marjane Satrapi é linda. Devido a perseguição cultural e religiosa xiita e a guerra entre o Iraque e o Irã [pátria da autora], ela foi morar na França. A obra de Marjane Satrapi virou filme com o mesmo título e não fugiu das características, desenho todo em preto e branco. 

Estou puto! Sua HQ foi a terceira questão do ENEM. Aliás, os quatro primeiros quadrinhos. Na prova "branca" - já que foram 4 cores de provas, a resposta é a letra "E"! Eu não tenho ideia quem são os grandes sábios que elaboram as provas do ENEM, mas aparecem umas coisas nas provas que é complicado de entender.

Vamos lá! Tudo bem, a HQ de Marjane Satrapi é fabulosa, já vendeu mais de 400 mil obras na França. Penso que a questão caiu como uma "bomba" na prova de ontem [dia 05], "Ciências Humanas e suas Tecnologias".   

Ou o ENEM não conhece a realidade das nossas escolas públicas, ou as nossas escolas públicas estão mil anos luz, longe do ENEM. 

O Ministério da Educação [MEC], realiza escolha do livro didático para o Ensino Médio há cada quatro anos. Mas na hora "H", usa um livro de "HQ". Claro que não desejo que meus alunos fiquem bitolados a lerem e estudarem apenas os livros didáticos! Muito pelo contrário, desejo que eles leiam tudo!

Mas se realmente queremos uma educação mais democrática, queremos um ENEM mais justo. E a forma justa seria, escolher um único livro didático de Norte ao Sul do país. Volumes 1, 2 e 3, que correspondem aos anos do Ensino Médio.

Baseado no que realmente foi estudado, seriam elaboradas questões que possibilitariam aos alunos a competirem de igual, imagine uma cena que frusta qualquer aluno: o professor trabalhou o conteúdo X e passou uma avaliação Y. Quando vi a 3ª questão do ENEM, "Ciências Humanas e suas Tecnologias", fiquei frustrado. Trabalhei com os meus alunos X, e o ENEM cobrou Y. 

Fui ler o "EDITAL Nº 10, DE 14 DE ABRIL DE 2016,  EXAME NACIONAL DO ENSINO MÉDIO – ENEM 2016"¹. Queria encontrar a referência para os conteúdos que foram abordados na prova. No edital, encontrei um endereço eletrônico que me levou a "Matriz de Referência ENEM"². 

Na Matriz de Referência encontrei o que procurava: "Objetos de conhecimento associado às Matrizes de Referência"³, Ciências Humanas e suas Tecnologias. Não encontrei uma única referência a História do Oriente, muito menos sobre o Irã.

Persépolis: Dedicatória para minha filha Maria Vitória (5 anos)

Agora, vou explicar o motivo que me deixou chateado, aborrecido, irado e puto!

1. Tenho o livro Persépolis, gostei tanto do livro que fui pesquisar sobre a autora. Descobri o filme no Youtube, assisti com a minha filha de 5 anos e dei o livro para ela [Detalhe: minha filha Maria Vitória, já sabe ler e estuda em escola pública!].

2. Como gostei do filme, levei para os meus alunos do 3º ano do Ensino Fundamental 1, da Escola Municipal São Luiz, para assistirem.

3. Não passei o filme para os alunos do 3º Ano do Ensino Médio, da Escola Estadual Gilberto Mestrinho. Nem nos meus melhores sonhos poderia imaginar que uma questão sobre o livro da iraniana Marjane Satrapi cairia no ENEM.

Se a questão fosse reformulada e apresentada a minha filha e aos meus alunos do Ensino Fundamental 1, não tenho dúvida que todos acertariam.

Ficaria assim a questão:

Questão 3. Observando os quadrinhos em preto e branco acima, diga qual é o título do livro?

A) A Turma da Mônica
B) O Menino Maluquinho
C) O Zeca Tatu
D) Tio Patinhas
E) Persépolis

Não tenho dúvidas, todos responderiam a letra "E"!  






Referência:

¹ http://download.inep.gov.br/educacao_basica/enem/edital/2016/edital_enem_2016.pdf (Acessado 06/11/2016).

² http://portal.inep.gov.br/web/enem/conteudo-das-provas (Acessado 06/11/2016).

³ Idem.





  

Los Hermanos, PEC 241 e a Reforma do Ensino Médio

(Luciano Roberto)

Ana Júlia e o seu discurso na Assembleia do Paraná

Quem é hoje coroa, como eu, já curtiu e curti a banda carioca de rock alternativo "Los Hermanos". A banda surgiu em 1997, mas estourou mesmo em 1999, com a música "Anna Júlia". A banda tinha a seguinte formação no primeiro sucesso: Marcelo Camelo, Rodrigo Amarante, Rodrigo Barba, Bruno Medina e Patrick Laplan.

Ouvi pela primeira vez "Los Hermanos", no carnaval de 2000. Não que eu seja um apto carnavalesco, mas sou fã do Grêmio Recreativo Cultural Escola de Samba A Grande Família.

Sou torcedor aguerrido da querida Grande Família, fundada em 19 de março de 1986. Localizada no bairro São José I, Zona Leste de Manaus.  

Estava em frente ao Centro de Convenções de Manaus, mais conhecido como Sambódromo, no bairro do Alvarada. Junto ao um grupo de colegas. Não entramos para assistir o desfile da Grande Família, ficamos numa barraca de bebida tomando "capeta", uma caipirinha pra lá de gostosa! 

Na barraca havia uma caixa de som. Em pleno carnaval o cara tocava e nós pedíamos para ele  repetir "Anna Júlia". Começávamos a dançar em círculo e gritar o refrão bem alto da música: "Oh, Anna Júliaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa".

Minha sobrinha caçula, também chama-se Ana Júlia. Mas não é dela que quero falar.

Quero falar da estudante paranaense Ana Júlia, 16 anos, franzina, parda, cabelos longos, corajosa e inteligente. Típica adolescente brasileira, cheia de sonhos e ousadia. Vi o seu discurso no Youtube [10 minutos], enfrentando velhos políticos oligárquicos do nosso país. Seu discurso me levou a lágrimas. 

Na Assembleia Legislativa do Paraná, Anna Júlia não falava apenas pelos estudantes do seu Estado, discursava em nome de todos os estudantes do Brasil. Sua indignação é a mesma que sentimos, quanto a política golpista do Governo Temer.

"Ora brava, ora doce, a jovem falou em tom de desabafo pelos estudantes que estão enfrentando um verdadeiro rolo compressor na Educação com a chegada do Governo Temer: as previsões de cortes de investimentos nas escolas públicas com a PEC 241, uma proposta de reforma do Ensino Médio com um projeto que não está sendo debatido, e outro que quer interferir no currículo chamado Escola Sem Partido. “A quem a escola pertence?”, questionou ela logo de cara, lembrando que o ‘rolo compressor’ das reformas vai chegar a seus filhos e netos. “A reforma na educação é prioritária, mas precisa ser debatida, conversada”, defendeu ela na tribuna"¹.

Um dos momentos de maior tensão, é quando Ana Júlia fala sobre a morte do estudante Lucas Eduardo Araújo Mota.

Um dos principais cientista do Brasil, Paulo Artaxo da Universidade de São Paulo [USP], conceitua a PEC 241 como "uma filosofia do atual governo de não valorizar a educação desde os níveis mais fundamentais, de não valorizar o desenvolvimento científico e tecnológico. Isto é uma questão estratégica e fundamental para o país que o atual governo não só não quer apoiar nos próximos anos como também está alterando a Constituição para um atraso nos próximos 20 anos. É muito sério para as gerações futuras"².

Estamos vivendo um momento conturbado na história presente do Brasil. Recentemente, tivemos impeachment da ex-presidente Dilma Roussef . O primeiro ocorreu com Fernando Collor de Mello, em 1992. De um impeachment para outro, já se passaram 24 anos!

Quero pensar, mesmo que seja romanticamente uma suposição, que os pais de Ana Júlia, embalados pela música dos "Los Hermanos", conceberam a vida da adolescente, que realizou um discurso de pouco mais de dez minutos, e trouxe um pouco de esperança e reflexão.

Neste momento, "eu me sinto sozinho, eu me afogo em solidão. Oh, Anna Júliaaaaaaaaaa"!









Referência:

¹ http://brasil.elpais.com/brasil/2016/10/27/politica/1477567372_486778.html
(Acessado: 05/11/2016).

²http://noticias.uol.com.br/ciencia/ultimas-noticias/redacao/2016/10/12/pec-condena-pais-a-atraso-intelectual-de-20-anos-diz-cientista-da-usp.htm (Acessado: 05/11/2016).

Indicamos que você assista no Youtube o "Discurso da estudante Ana Júlia" e tire as suas próprias conclusões: https://youtu.be/2XGEyaiHWpk 

quinta-feira, 3 de novembro de 2016

Eduardo Braga na Escola Municipal Júlia Barjona Labre, em 1996: o ano que não terminou

(Luciano Roberto)

In memoriam de Milena Alencar
Você não partiu, continua viva na memória dos seus amigos...


O jovem prefeito Eduardo Braga, chegando para inaugurar o auditório no "Júlia"

Quando eu pensei em escrever este texto, pensei em alguns títulos, tais como: "Anos fabulosos", uma imitação barata da minissérie "Anos Incríveis". Que era transmitida pela TV Cultura no final dos anos 90.

Também pensei em "Todo mundo odeia o Luciano", mas cara, nada a ver! Então ficou mesmo o título que está exposto acima. Uma alusão ao livro de Zuenir Ventura, "1968: O ano que não terminou". Tive o meu ano incrível, o ano que não terminou...

A História não é feita apenas por "grandes homens", personagens eternizados nos livros didáticos. A História é feita por pessoas comuns, como você e eu. Já interrogava o alemão Bertolt Brecht: (1898 - 1956), em sua poesia "Perguntas de um trabalhador que lê", veja algumas estrofes:

"Quem construiu a Tebas de sete portas?
Nos livros estão nomes de reis:
Arrastaram eles os blocos de pedra?

[...]

O jovem Alexandre conquistou a Índia.
Sozinho?

[...]

A cada dez anos um grande Homem.
Quem pagava a conta?

Tantas histórias.
Tantas questões"¹.

Eis, aqui um pouco da minha História. Em 1996, eu cursava o último ano do antigo Primeiro Grau, estudava numa turma formada de loucos: 8ª "C". Muitos de nós eramos rebeldes sem causa, ou revolucionários ultrapassados. Tínhamos perdido a era das revoluções. Nos restaram, apenas as histórias dos livros.

Certamente, nem nós que vivemos intensamente aquele ano louco, tínhamos ideia de quanto ele tornaria-se importante para a formação do nosso caráter, compromisso social, cultural e político. Muito menos que 1996 seria o ano de nossas vidas.

E tudo isto aconteceu em uma escola. A Escola Municipal Júlia Barjona Labre. Foi no Júlia - chamávamos assim mesmo "o Júlia" - que muitas coisas aconteceram pela primeira vez. O primeiro livro, o primeiro amor, a primeira poesia, o primeiro porre, a primeira transa, o primeiro show, o primeiro cigarro, o primeiro contato com um computador, a primeira virgem, o primeiro patins, a primeira manifestação, a primeira utopia.

Tudo isso e muito mais aconteceu naquele ano de 1996, vinte anos atrás.

O Primeiro livro que li completo, chama-se o "Falso observador de pássaros". Escrito por Luiz Maria Veiga. Encontrei este livro em uma das prateleiras da biblioteca da escola. O que chamou atenção foi o desenho da imagem de Ernesto "Che" Guevara. Na época o Camarada "Che", tornou-se o meu maior ídolo. Tudo que estava ligado ao seu nome ou a sua imagem, eu tinha interesse.

O livro conta a história de um jovem revolucionário que lutava contra a Ditadura Militar no Brasil. Mas, o mais interessante é a história de como ele passou a ser meu. Depois que li o livro tive que devolver para a biblioteca, certo. Então, tentei em vão, por três vezes furtá-lo sem sucesso. O meu medo não permitia.

Somente quando passei a namorar uma garota de outra série e turma, é que tive acesso ao livro. Estava próximo ao Dia dos Namorados, e minha namorada fez a seguinte pergunta: "O que você gostaria de ganhar de presente"? Ora, que pergunta: o livro! Mostrei onde o meu precioso livro estava, e hoje ele é o meu maior tesouro. A garota fez o que eu já tinha tentado fazer. Mas a minha covardia e meus princípios familiares - penso que foi covardia mesmo! - não permitiram. Retribuo aqui o presente que ganhei. Obrigado gata, você me deu o maior presente no Dia dos Namorados!

O primeiro porre, putz! Foram tantos! Entretanto, existe um que guardo com carinho em minha memória. Eu e o meu amigo Antônio Eudo,  matávamos aulas. Pulávamos o muro do "Júlia" para beber umas cachaças. Comprávamos na época meia garrafa de Caninha 61, e um refrigerante, e logo, logo, a felicidade seria alcançada.

Mas houve um dia em que compramos a nossa bebida e apareceu uma linda borboleta. Que passou a sugar o pouco da bebida que havia caído no balcão do bar. A borboleta tomou todas conosco. Ao terminarmos de beber começou a fazer um tempo daqueles, ia cair um forte toró - chuva - e começamos a correr em rumo a quadra da escola, Zezão. Corríamos e a borboleta nos seguia. Corríamos mais rápido e borboleta nos seguia. Foi muito louco e mágico! Acho que até hoje aquela borboleta nos procura. "Pow, cadê os caras para pagar uma pingas"!

São tanta histórias... mas hoje vou falar de manifestação. Realizamos duas grandes manifestações no "Júlia". A primeira paramos a Avenida Grande Círcular - a principal avenida da Zona Leste de Manaus. Conseguimos o apoio do PC do B - Partido Comunista do Brasil - que concedeu um carro de som. Nesta manifestação, fui detido pela Polícia Militar e levado para antiga Fundação Estadual para o Bem Estar do Menor - FEBEM. Era localizado no bairro Alvorada, atrás do "Estádio de Futebol Vivaldo Lima", hoje a nossa famosa "Arena da Amazônia". Escreverei com mais detalhes sobre está manifestação em outro momento.

Vou falar da manifestação que realizamos contra o ex-prefeito, ex-governador e atual Senador do Estado do Amazonas, Eduardo Braga.

Momento de tensão: Eduardo Braga começa a falar, então viramos as costas (8º "C").

Na época, o jovem prefeito de Manaus, Eduardo Braga apoiava Alfredo Nascimento, para ser seu sucessor. Tinha assumido a Prefeitura de Manaus, quando Amazonino Mendes deixou o cargo para concorrer a Governo do Estado.    

O então prefeito foi ao "Júlia" inaugurar um auditório. Nós alunos, ficamos sabendo da visita. A partir de agora, vou utilizar alguns trechos do livro de minha autoria, ainda não editado: "Nas mãos da utopia".

"O professor de história, Edmilson Lima tinha começado uma paranoia de ser "câmera amador". Passou a gravar tudo. Registrou a escola com sua nova estrutura e visitou a nossa sala. Eu estava com um lance muito louco na minha cabeça de afiliar-me ao PC do B. Já tinha conhecido alguns caras da UJS - União da Juventude Socialista - com ideologias semelhantes a minha. Peguei minha farda de aula -estava com uma camisa debaixo - e comecei a desenhar a famosa "foice e martelo", símbolo da igualdade e luta da massa proletária e camponesa.

[...]

Terminei o desenho na minha farda e mostrei para uma colega, a Gizelle. Ela tinha gostado. Os outros colegas também gostaram, então comecei a desenhar em quase todas as fardas. Abaixo dos desenhos umas frases: "Brasil, mostra a tua cara!", "O Brasil é o país do futuro!", "Manaus meu ciúme" (slogan da prefeitura), "Não quero ter meu filho no chão!" (Uma colega, Hellen Repolho, tinha ficado grávida, dias antes, uma mulher tinha acabado de ter parido no chão, na Maternidade Balbina Mestrinho. Este fato teve uma grande repercussão na mídia local. [Há outras frases no texto "Nas mãos da utopia"].

Foi neste momento em que eu fazia os desenhos nas camisas dos meus colegas que surgiu a ideia: virar as costas para o Prefeito Eduardo Braga!

Falei a ideia para o Professor Edmilson, que era o único que sabia o que ia acontecer.

Então nos dirigimos ao novo auditório. Esperando o prefeito ao som das belíssimas toadas do Boi Garantido: "Meu coração é vermelho, de vermelho vive um coração"... Naquele tempo, as toadas dos bois de Parintins faziam um sucesso fantástico em Manaus.

Finalmente Eduardo Braga chegou. "Eduardo! "Eduardo!", gritavam alguns pais de alunos que estavam presentes e os alunos das outras turmas. Enquanto nós, alunos do 8º "C", esperando o momento em que o prefeito iria falar para virar a costas. [Santa ingenuidade!].

O diretor da escola falou, outros diretores presentes falaram e falaram, falaram, falaram...

Eduardo Braga se pronunciou, exatamente as 18 horas e 24 minutos. Como sei de todo o detalhe? O professor Edmilson filmou tudo!

Eduardo Braga falou:

"Boa noite!"

Imediatamente ficamos em pé e viramos as costas. O prefeito continuou:

"Bem, eu gostaria de falar muito pouco, apenas dizer o seguinte: o quanto avançamos na educação. Ainda pouco eu ouvia o diretor dizer que numa parceria MEC - SEMED, nós estávamos implantando laboratórios de informática... laboratórios...

O prefeito travou. Parou o seu discurso, confuso sem entender o que estava acontecendo, aliás, ele e ninguém. As frases nas camisas tinham sido uma ideia de mestre. Ele passou a ler todas elas. O auditório foi tomado por um enorme silencio"².

A merda tinha sido lançada no ventilador. No outro dia o diretor queria a cabeça dos líderes da manifestação. Passamos a viver um momento de turbulência total! Durante uma semana, todo dia um, dois ou três alunos eram suspenso. Passei por uma pressão psicológica terrível.

O diretor já sabia quem era o líder. Mas ele não fazia nada comigo. Suspendia um a um, os colegas que tinha participado da manifestação. O que ele desejava era me expulsar da escola. O mês de setembro foi um inferno.

Fui chamado a ir na própria SEMED, lá dei um show de citações de intelectuais para "²os meus interrogadores: como Karl Marx, Lenin, Hegel, entre outros. Cada pergunta que era feita, respondia usando citações. Naquele momento, estava lendo "Para Além do Bem e do Mal" de Nietzsche.

Os interrogadores piraram! Quem estava me dando aqueles livros. Na biblioteca não havia tais obras. Um pirralho da periferia citando Nietzsche, como? O Edmilson emprestou-me diversos livros, mas a obra "Para Além do Bem e do Mal", não foi ele. Até hoje lembramos desta história, ontem mesmo no nosso encontro da Turma JBL 8º "C", vinte anos depois sorrimos pra caramba sobre o tal cara que emprestou.

O diretor reuniu todos os professores, para descobri quem tinha emprestado o livro de Nietzsche. O professor que me emprestou, cagou nas calças, e nada falou.

Eis o poder de um livro!

Caramba, quase não termino. Se você chegou a ler até aqui, perdoe os erros. Não tive saco para revisar. Talvez um dia eu leio.

1996: foi o ano que não terminou para nós que vivemos toda essa loucura!

Meu professor e amigo: Edmilson Lima. O cara que me ensinou a amar a História e os livros.

Segunda tentativa de reunir a turma do "Júlia", de 1996.

Cíntia e Gaspar - o primeiro vovô da turma 8º "C".

Livro não editado: "Nas mãos da utopia"









¹ https://tokdehistoria.com.br/2012/09/07/bertolt-brecht-perguntas-de-um-trabalhador-que-le/

² ROBERTO, Luciano. "Nas mãos da Utopia". Livro engavetado: mais ou menos 20 anos. (pág. 61, 62, 63, 64)
  



       

   

   

  

quarta-feira, 2 de novembro de 2016

Primeira entrevista do Pa[po]piro: Berg Guerra!

(Luciano Roberto - colaboração: Jair Jocimar)

Berg Guerra (41), o tempo passou, e o talento ficou melhor!

Quem gosta de curtir as noites manauaras, já ouviu os refrões de "Te Quiero (Mi Vida)", na voz marcante e rouca de Berg Guerra. Um astro amazonense que surgiu das entranhas da Zona Leste, no clube Companhia de Forró, famoso balneário do bairro Jorge Teixeira,  na primeira década de 2000.

Pai de três filhos: Brenda, Gabriel e Juan. Eis que encontrei o cantor Berg Guerra. O novo ilustre morador do Conjunto Lula. Um amazonense da gema, filho de Manaus, um cara simples e provavelmente um dos maiores cantores do estilo "breganejo" das noites manauaras e dos municípios do Amazonas.

É também astro do "arrocha", estilo de música que estourou na Bahia e pegou em todo o Brasil, inclusive em Manaus.

Berg Guerra, hoje com 41 anos, carrega em seus olhos azuis a aprendizagem de um homem que amadureceu, alcançou o clímax do sucesso, saiu do Amazonas para divulgar o seu trabalho em outros estados do Brasil.

Acabou de lançar no último dia 31 de outubro, o seu mais novo CD, volume 9, "Fênomeno Berg Guerra: Embriagado por você". Trabalho que tem participação super especial do seu filho Juan Guerra de apenas 9 anos, onde cantam juntos a música "Cópia Autenticada".

Berg realiza shows todas as segundas-feiras no "Cabaré do Berg Guerra", no balneário "Festa Clube", localizado no bairro dos Francenses, Zona Oeste de Manaus.  

Pensando na mulher amada, pensando em você, Berg Guerra é uma estrela amazonense que continua iluminando nossas noites e nossa cultura. Quando se trata de um artista amazonense, temos o maior orgulho e honra de divulgar.

Senhoras e Senhores: Berg Guerra! Vamos a entrevista.

Berg e Juan Guerra (9), Participação especial no novo CD do pai.

 Pa[po]piro: [P] - Berg Guerra você pode falar um pouco da sua trajetória na música e na cultura amazonense, principalmente da nossa capital Manaus?

Berg Guerra - Beleza! É, primeiramente a gente tem  pelo menos 20 a 23 anos de estrada. Nós estouramos de 2006, pra cá. E graças a Deus somos bem reconhecidos, não só aqui no nosso Estado, mas fora também. Estamos na luta ainda, já são dez anos de sucesso e pretendo alcançar cada vez mais!

[P] - Onde você nasceu?

Berg Guerra - Eu sou natural de Manaus.

[P] - Como foi o começo no Companhia do Forró na Zona Leste de Manaus?

Berg Guerra - Na verdade quem me convidou para a "Banda Companhia do Forró", foi o Jonas Alves, meu amigo, que eu já cantava música sertaneja há muito tempo em dupla. Tive vários parceiros. Certo dia, Jonas Alves me convidou para fazer um teste, onde fui aprovado. Fiquei sete meses na banda de forró. O Balneário tinha dois ambientes, então, eu pedi para cantar bolero, fui lá. Em questão de pouco tempo me destaquei entre outros artistas. Gravei o meu primeiro CD, o segundo CD e o terceiro já foi estourando. Estamos aqui até hoje!

 [P] - Você viu o crescimento, você viu o sucesso. Como é conviver com o sucesso?

 Berg Guerra - O sucesso deslumbra! E a gente que tem origem e raízes humildes, parecia um sonho. Foi tipo um balão de gás. Começou a encher, e não parou até explodir no Amazonas. Mas a gente aprendi com isso aí, o sucesso foi bom para crescer.  Mas foi uma coisa muito grande, não esperava fazer um grande sucesso assim!

"O sucesso deslumbra! E a gente que tem
 origem e raízes humildes, parecia um sonho".

[P] - O sucesso chegou a lhe subir a cabeça?

Berg Guerra - Como eu já falei, o sucesso deslumbra. Ainda mais quando a gente nunca sonhou em fazer sucesso, como eu fiz. Então é uma coisa assustadora. Mas a gente aprende com os erros, a gente vacila e tudo. Ninguém é perfeito não cara! Não tem bom nessa área de música, entendeu? Ainda mais aqui, que é difícil fazer sucesso no nosso Estado. O músico para ser reconhecido aqui (Amazonas), tem que ir lá fora, e eu fiz sucesso aqui! Depois fui pra lá! O Carrapicho para fazer sucesso, teve que ir para a França. E eu consegui sucesso aqui, no meio da nossa gente, no meio do nosso povo. E fui reconhecido. Todo interior do Amazonas, nem se fala! Andei em outros Estados como: Rondônia, Roraima, São Paulo, Recife, Maranhão, enfim, rodei todos estes Estados aí. Fiz televisão em São Paulo, Canal Fechado. Só não fui nos canais abertos, mas ainda tem tempo para chegar! (risos).

[P] - No momento, qual trabalho você anda realizando?

Berg Guerra - Na verdade acabei de gravar um novo CD. A música de trabalho chama-se "Embriagando por você". Tá quentinho cara! Lancei ontem (31/10), no Festa Clube, onde toda segunda-feira, você quiser prestigiar Berg Guerra e vários artistas, eu abri o "Cabaré do Berg Guerra", toda segunda. Começa ao meio dia e só termina a meia noite, lá no Festa Clube, no Franceses. Quem quiser curtir o balneário, lá tem piscina, churrasco, bebidas, tem tudo! Lá, é uma casa para o lazer da família. Pode conferir! Mas voltando ao nosso CD de trabalho, estou falando em primeira mão para você. Sei que você vai gostar cara, foi um CD feito com carinho para quem gosta das músicas do Berg Guerra.

[P] - Quais os artistas acabaram por influenciar você?

Berg Guerra - São muitos, mas minha expiração foram as músicas do Zezé di Camargo, Gian e Giovani, Cristian e Ralf e Chitãozinho e Xororó. Foi o núcleo do sertanejo, assim, foquei nos melhores, tentei tirar um pouco de cada um deles para criar o meu próprio estilo.  

[P] - E essa voz Berg Guerra, vem da família?

Berg Guerra - Minha voz é um dom de Deus. Quem me ensinou a tocar violão foi meu irmão, que tinha vindo do Rio de Janeiro. Comecei a me interessar pela música. Mas na família, só quem canta sou eu.

"Não tenho outra palavra para quem ama a música
 e quer seguir este caminho: dedicação"!

[P] - Qual conselho você daria para quem está começando neste mundo competitivo da música?

Berg Guerra - Tem que sempre buscar fazer o melhor. Trabalhar com seriedade e profissionalismo. Na verdade, dedicação! Faze um trabalho bom, independente do seu estilo: seja brega, seja boi, seja forró, seja MPB. Tem que fazer um trabalho bom! Pois o povo está muito exigente. Não tenho outra palavra para quem ama a música e quer seguir este caminho: dedicação!

[P] - Você pode deixar uma mensagem para os seus fãs.

Berg Guerra - Primeiramente só tenho a agradecer a Deus e ao meus fãs. Dizer que estamos trabalhando.  A moçada mais jovem que ainda não curtiu Berg Guerra, pode encontrar o nosso trabalho no Youtube, tem tudo sobre Berg Guerra.

Novo trabalho de Berg Guerra: Embriagado por você

Este CD é meu, mas você pode adquirir o seu pelo número 99313 - 4082, ou no Balneário "Festa Clube", nos Franceses, no "Cabaré de Berg Guerra".





 











terça-feira, 1 de novembro de 2016

Comprei o livro Mein Kampf - "Minha Luta", de Adolf Hitler e parecia que estava comprando um quilo de cocaína!

(Luciano Roberto)

Mein Kampf - "Minha Luta" de Adolf Hitler

Calma! Não sou neonazista. Imagina um individuo de estrutura mediana, com raízes africanas e nordestino/nortista, totalmente longe dos padrões arianos do Fuhrer - líder em alemão - Adolf Hitler.

Não vou falar do livro "Mein Kampf" de Adolf Hitler, vou relatar como eu adquiri ele.

Tenho ciúmes do meus livros. Porque muitos deles têm um pouco da minha história. Não são todos, dos quase mil livros que possuo, tenho aqueles especiais. Alguns chegaram em minhas mãos de forma maravilhosa. O livro de Hitler foi um.

Era meio dia, do dia 12 de setembro de 2002. Estava no centro de Manaus, tinha passado a manhã no antigo Sebo Arqueólogo, localizado na Avenida Getúlio Vargas. O Arqueólogo foi desativado já faz alguns anos, a maior parte do meu acervo de livros comprei lá! Quando vejo o prédio do Sebo Arqueólogo fechado, sinto que morreu um pouco do charme intelectual da cidade de Manaus.

A tradicional Livraria Valer, também fechou as suas portas, na Rua Ramos Ferreira, Centro. Arqueólogo e Valer eram vizinhas. Primeiro eu ia na Valer sentir o cheiro dos livros novinhos, mas eram caros demais, depois ia no Sebo Arqueólogo, e comprava livros usados por um preço bom e barato. Cruel eram os fungos, e daí? Lá no Arqueólogo comprei livros como "O nome da Rosa", do eterno Umberto Eco.

Quando chegava ao centro, sabia que iria passar de duas, três ou até quatro horas, procurando um bom livro para comprar no Arqueólogo. No dia em que comprei o livro "Minha Luta", não!

Estava na Praça Heliodoro Balbi, conhecida  Praça da Polícia Militar, onde surgiu "O Clube da Madrugada". Um grupo, formado por jovens intelectuais que iniciaram uma revolução na literatura e nas artes plásticas de Manaus. Um dia escreverei com mais calma sobre o Clube da Madrugada.

Foi quando os meus olhos avistaram o livro de Adolf Hitler. Estava ali, novinho em folha, uma ambição que há muito tempo desejava. Em cima de uma mesa de madeira com mais umas dezenas de outros livros.

Quando perguntei ao proprietário da banca quanto custava aquele livro? Ele gritou:"Cinquenta contos!". Respondeu o senhor de pele morena, magro, alto e de cabelos grisalhos. Putz grilo! Tinha apenas R$ 30,00 no bolso, sendo que era a grana para pagar o almoço e a passagem do coletivo de volta para casa, no Bairro Jorge Teixeira, Zona Leste de Manaus.

Fiz o que todo bom consumidor faz, comecei a chorar. Chorei e implorei. Dei um de esperto pensando que o senhor iria cair na minha: "Quem é doido de dar R$50,00 no livro de Adolf Hitler?". Minha mente gritava desesperadamente: "Eu dou! Eu dou! Eu dou os cinquenta contos, mas só tenho trinta paus moço!".

Chorei e implorei! Mas desistir jamais! Tentei mais uma estratégia, como era meio dia, e o sol estava de rachar a cabeça, fingi que não tinha mais interesse pelo livro. "Tudo bem mestre, já que o senhor não diminui o preço, venda para outro. Até"...

Dei as costas para o proprietário do livro e comecei a rezar, mais ou menos assim: "Senhor amoleça o coração desse velho f... da p... miserável, faça com que ele baixe o preço do livro"...

Andei uns dez passos quando ouvi o velho gritar: "Ei rapaz, venha cá!". "Obrigado meu Deus", agradeci. O velho ofereceu o livro por R$ 30,00. Justamente todo o dinheiro que tinha no bolso. Quase caio duro! No ato de quase desespero, falei a verdade. "Mestre eu tenho os trintas reais, mas é para pagar o meu almoço e a passagem de ônibus. Eu moro lá no Jorge Teixeira, eu posso dá R$ 25,00!". As vezes morar na periferia tem suas vantagens.

Continuei: "Já são quase uma da tarde e eu ainda não comi nada!". Provavelmente o velho pensava: "Eu também seu merda liso!". Mostrei o meu dinheiro, duas cédulas de R$ 10,00 e duas cédulas de R$ 5,00. O milagre aconteceu, o velho quase me expulsando da sua banca falou rosnando: "Tá! Tá! passa esses vinte e cinco contos pra cá!". E não falou mais nada.

Meu coração disparou, tinha em minhas mãos uma obra que por mais de cinco décadas havia sido censurada, comprei o livro de Mein Kampf - Minha Luta", de Adolf Hitler e parecia que estava comprando um quilo de cocaína! Um livro proibido!
 
Não almocei e tão pouco merendei no centro. Atravessei a Avenida Getúlio Vargas, fui para parada que fica atrás do Hospital Beneficente Portuguesa. Peguei o ônibus 622, e fui para minha casa no bairro Jorge Teixeira.

Ainda hoje, na Praça da Polícia, encontramos várias bancas - sebos - vendendo livros usados. Um bom lugar para comprar livros! Sou fã dos proprietários de sebos de Manaus. Pois resistem bravamente como verdadeiros protetores da nossa cultura e dos livros usados.

Minha mão ainda tremia quando assinava meu nome sobre o livro do Fuhrer

Biografia concisa de Adolf Hitler

Adolf Hitler (1889 -1945), nasceu na Áustria. Era filho de um funcionário Público. Seu pai havia casado com a própria sobrinha, ou seja, Hitler era sobrinho e filho do mesmo homem. Seu maior sonho era ser artista, queria ser pintor, mas seu pai não aceitava. Sofreu bastante nas mãos do velho Alois Hitler - nome do seu pai - mas nunca abandonou o seu sonho de ser pintor.

Viu a oportunidade de tornar-se artista quando o seu pai morreu. Com ajuda da sua mãe - Klara Hitler - viajou para Viena. Os dias em Viena foram difíceis. O jovem Hitler não conseguiu ingressar na Academia de Belas Artes em Viena, por duas vezes foi rejeitado. Passou a desenhar aquarelas e vender para turistas em Viena.

Era assim que sobrevivia Hitler. Conheceu a fome e a miséria de perto. Mas o seu destino iria mudar a partir da Primeira Guerra Mundial (1914 -1918). Quando a Alemanha declarou guerra a França, Inglaterra e Rússia, Adolf Hitler era apenas mais um no meio de uma multidão. Desconhecido e miserável.

Durante a guerra, tornou-se mensageiro, era a ralé militar alemã, mas sua coragem lhe proporcionou uma medalha de honra, a Cruz de Ferro, no qual quando tornou-se líder absoluto do Estado alemão exibia com muito orgulho.

A guerra terminou, a Alemanha havia perdido. Hitler foi viver em Berlim, atual capital da Alemanha. Certo dia entrou em uma cervejaria, viu um embrião de um partido nascendo. Era o partido Nazista. Nesta cervejaria onde se encontravam operários, desempregados e vagabundos, descobriu o seu grande dom: a oratória. Hitler sabia falar em público, sabia chamar a atenção e cativar seus ouvintes.

Tornou o partido Nazista uns dos maiores da Alemanha. Tentou um golpe de Estado e foi presso. O período em que ficou preso escreveu sua obra Mein Kampf - Minha Luta. O livro tornou-se uma verdadeira bíblia para o povo alemão. Finalmente em 2 de agosto de 1934, Hitler tornou-se chefe absoluto da nação alemã. Levando a Alemanha para a II Guerra Mundial (1934-1945).

Adolf Hitler foi responsável pela morte de milhares de judeus. Também permitiu a matança de homossexuais e Testemunhas de Jeová. Levou a Alemanha a ruína e consequentemente, o povo alemão.

segunda-feira, 31 de outubro de 2016

Bispo Edir Macedo e o crescimento político da Igreja Universal do Reino de Deus

(Luciano Roberto)

Livros que foram consultados para a produção deste texto.

O Bispo Edir Macedo, criou um grande império chamado Igreja Universal do Reino de Deus. A Igreja Universal ultrapassou fronteiras e está em dezenas de países do globo terrestre, inclusive nos Estados Unidos. 

Mérito do Bispo. Mas chama atenção ver o poderio político que a igreja vem tendo nas últimas eleições. Acabou de eleger "Marcelo Crivella (PRB) foi eleito neste domingo (30) prefeito do Rio para os próximos quatro anos. O candidato teve 1.700.030 votos, o que corresponde a 59,36% dos votos válidos, e superou Marcelo Freixo (PSOL) no segundo turno"¹.

Veja o que o Jornal "A Crítica" postou em 02 de outubro de 2016:

"Desconhecido no cenário político, João Luiz (PRB) foi o candidato a vereador mais votado de Manaus, totalizando 13.978 votos, seguido por nomes conhecidos como Hiram Nicolau (PSD), com 12.874; Reizo Castelo Branco (PTB), com 10.402; Wilker Barreto (PHS), com 10.026; e Álvaro Campelo (PP), com 9.573.


João Luiz é natural da cidade do Rio de Janeiro, tem 44 anos de idade, é casado, tem ensino fundamental incompleto, está há seis anos em Manaus e é pastor da Catedral da Fé da Igreja Universal do Reino de Deus, localizada na avenida Constantino Nery, no bairro São Geraldo, na Zona Centro-Oeste de Manaus"².



Marcelo Crivella (sobrinho de Macedo) e João Luiz são frutos da Igreja Universal, que pertence ao Bispo Edir Macedo.


Edir Macedo Bezerra  nasceu em 18 de fevereiro de 1945. Filho de nordestino, o alagoano Henrique Francisco Bezerra e da carioca Eugênia de Macedo Bezerra. Nasceu no município Rio das Flores - RJ.

Seu pai tinha 32, quando conheceu Eugênia, na época com 16 anos. No seu livro 1, da trilogia de "Nada a perder", sua biografia, Edir Macedo relata que sua mãe "era de uma família católica tradicional. Logo veio a primeira gravidez. Foram muitas, todas bem sofridas. Nos 54 anos de casamento, minha mãe teve 33 gestações. Sofreu 16 abortos e perdeu dez filhos prematuros. Sete sobreviveram"³.

Edir Macedo sobreviveu. É o quarto filho, entre os irmãos homens, é o segundo mais velho. Sua trajetória é fascinante. "Nasceu com deficiência na mão esquerda. Didi, como Edir era chamado pelos irmãos, tem uma pequena atrofia nos dedos. Seus indicadores são finos. Os polegares, um pouco maiores"4. Esta deficiência chegava a causar um certo desconforto. Ele próprio chegou a dizer que "era o patinho feio da família"5.

Edir Macedo tornou-se evangélico definidamente aos 19 anos, graças a uma decepção amorosa. Foi com o seu cunhado Romildo Riberio Soares - o missionário RR Soares - que criaram a Igreja Nova Vida. Mas o espaço seria pequeno demais para dois grandes talentos do mundo evangélico. Cada um tinha uma ambição, desejavam a liderança.

Edir Macedo deixou a Igreja Nova Vida, e começou a pregar numa praça, chamada Jardim do Méier. Quem diria que o idealizador do "Templo do Salomão" - localizado em São Paulo - começou sua jornada em uma humilde praça.

Da praça ao prédio de uma funerária, o embrião originário da Igreja Universal, que tem como data oficial da fundação, o dia 9 de julho de 1977. Da pequena funerária para grandes pregações nos estádios de futebol, horários em rádios, televisões e o surgimento de poderosos inimigos.

Quem eram seus inimigos? Edir Macedo responde: "O clero católico, a Rede Globo e gente poderosa usada por eles. Eu até entendo tantos ataques, realmente há motivos para isso. A Igreja Universal incomoda, a Record incomoda. Nós assustamos. Nosso crescimento assustou muita gente na época da minha prisão e continua assustando até hoje"6. Em 1992, Edir Macedo foi preso, acusado de charlatanismo.

O texto acima é apenas um resumo da biografia de Edir Macedo. Mas, o que chamou a minha atenção foi a matéria que li logo cedo no Site da BBC, onde o Pastor Silas Malafaia - que admite ter indiferenças com Edir Macedo - fez o seguinte comentário sobre o prefeito eleito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella:


"Basta fazer a conta. Fazendo um bom governo, ele é reeleito. Nesse caso, também pode vir a ser governador posteriormente. E aí, por que não presidente da República? O primeiro presidente evangélico? Política é poder, e quanto mais se tem, mais se quer"7.

Alguém dúvida? Amado ou odiado, ninguém pode dizer que o Bispo Edir Macedo não é um homem extremamente inteligente da nossa história atual. Os inimigos de Edir Macedo devem ficar de olhos abertos, abertos não, regalados!






Referência:

¹ http://g1.globo.com/rio-de-janeiro/eleicoes/2016/noticia/2016/10/marcelo-crivella-do-prb-e-eleito-prefeito-do-rio.html (Acessado: 30/10/2016).

² http://www.acritica.com/channels/eleicoes-2016/news/candidato-a-vereador-mais-votado-de-manaus-e-pastor-da-igreja-universal (Acessado: 30/10/2016).

³ MACEDO, Edir. Nada a perder. São Paulo: Planeta, 2012. (pág. 62).

TAVOLARO, Douglas. O Bispo: a história revelada de Edir Macedo. São Paulo: Larousse do Brasil, 2007. (pág. 59).

TAVOLARO, Douglas. Idem

TAVOLARO, Douglas. Idem; (pág. 27)

http://www.bbc.com/portuguese/brasil-37818301 (Acessado: 31/10/2016)

       

domingo, 30 de outubro de 2016

Arthur Neto venceu aquele que "tem dinheiro, dá pra fazer!"

(Luciano Roberto)


Venceu a coerência!


Nada a dizer, estou porre e comemorando. Apenas ouvindo a Rádio Tiradentes. Olha a música que tocou...

Palavras Ao Vento
(Compositor: Marisa Monte/Moraes Moreira)

"Ando por aí querendo te encontrar
Em cada esquina, paro em cada olhar
Deixo a tristeza e trago a esperança em seu lugar
Que o nosso amor pra sempre viva, minha dádiva
Quero poder jurar que essa paixão jamais será
Palavras, apenas
Palavras pequenas
Palavras

Ando por aí querendo te encontrar
Em cada esquina paro em cada olhar
Deixo a tristeza e trago a esperança em seu lugar
Que o nosso amor pra sempre viva, minha dádiva
Quero poder jurar que essa paixão jamais será
Palavras, apenas
Palavras pequenas
Palavras, momentos
Palavras palavras
Palavras palavras
Palavras ao vento

Ando por aí querendo te encontrar
Em cada esquina paro em cada olhar
Deixo a tristeza e trago a esperança em seu lugar
Que o nosso amor pra sempre viva, minha dádiva
Quero poder jurar que essa paixão jamais será
Palavras, apenas
Palavras pequenas
Palavras, momentos
Palavras palavras
Palavras palavras
Palavras ao vento
Palavras, apenas, apenas
Palavras pequenas
Palavras".¹

Não tinha como trocar de prefeito. Quem enfrentou uma crise como Arthur Neto enfrentou, ainda tem credibilidade. Estou na expectativa que ele realize um segundo mandato melhor para a nossa querida cidade de Manaus.

Mais quatro anos! Parabéns Prefeito Arthur Neto!



¹ https://www.vagalume.com.br/cassia-eller/palavras-ao-vento.html (Acessado: 30/10/2016),