sábado, 10 de agosto de 2019

Ócios do ofício

"Fazer cocô dia sim, dia não". Jair Bolsonaro

Depois que o Presidente Jair Bolsonaro, sugeriu que poderíamos ajudar o meio ambiente fazendo "cocô dia sim, dia não", resolvemos publicar o texto do Professor Robeilton Gomes.

Esperamos que os eleitores mais fervorosos do presidente levem a risca a sua sugestão e ajudem o nosso meio ambiente.


Por Robeilton de Souza Gomes - Facebook

Esses dias uma postagem de uma pessoa me fez lembrar um episódio marcante da minha trajetória inicial de estudante de História. A postagem dizia: "eu votei no bolsonaro mesmo e não estou arrependido!" Não tive como não rir da teimosia.

Lá pelos idos de 2006, mesmo ano em que iniciei a graduação, tive que ficar algumas vezes com meu avô no Hospital Beneficente Portuguesa, em Manaus. Perto do leito dele tinha um senhor de sanidade já claudicante que todos os dias fazia suas necessidades fisiológicas na frauda. Nada incomum senão pelo fato dele se recusar a todo custo a retirar a frauda suja e se deixar limpar pelas enfermeiras. Todo dia era a mesma coisa, aquela cena toda em meio à gritaria. Os familiares, coitados, morriam de vergonha, não só pelo estado, pelo mau cheiro, como pelas ofensas que ele desferia contra todos que tentavam ajuda-lo: "Socorro, eles querem me matar...me deixa...sai daqui...vocês querem minha aposentadoria...seus diabos".

Todo dia era a mesma cena! Eu ficava admirado com a paciência das enfermeiras que recebiam aquelas agressões todas, mas, continuavam fazendo aquele trabalho asqueroso com um aparente sorriso no rosto: "calma vôzinho, é para o seu bem!" E quando os parentes, mortos de vergonha, pediam desculpas, elas respondiam: "que nada, já estamos acostumadas!" Eu só comigo pensava: "meu Deus, ainda bem que vou ser professor de História e não terei que tentar limpar a bosta de ninguém, enquanto ainda sou ofendido por isso".

Um belo dia, já perto do meu avô ter alta, lá estou eu acompanhando-o, e nosso vizinho de leito ali, firme nos seus propósitos.

Nesse dia ele resolveu caprichar. Liberou uma "postagem" daquelas insuportáveis que deve ter interditado o pavilhão todo do hospital. E lá vem as distintas moças cumprir seu pesaroso serviço. Mas, nesse dia ele realmente estava disposto a se superar. Quando elas se aproximaram, ele disparou: "saiam daqui suas pragas, vão procurar o que fazer, vocês se incomodam até com a merda da gente!" Ninguém aquentou, nem os outros pacientes: o riso foi geral!

Quem lida com pessoas nessa condição sabe o quanto é difícil, às vezes, manter a necessária calma, a paciência, ainda que elas nos façam rir de vez em quando!

sexta-feira, 9 de agosto de 2019

"Ele já está preparando o paletó" (Francisco Praciano)

Será que o Negão volta?

Assisto logo cedo a reportagem do programa "Bom dia Amazônia", da Rede Amazônica, a grave situação da saúde pública do Estado. Em especial a situação precária do Hospital Estadual 28 de Agosto. É lamentável ver o sofrimento das pessoas que precisam de atendimento público em nossos hospitais.  Revoltante!

É preciso fazer algo com urgência! A saúde pública no Amazonas pede socorro.

Ontem (08), o Prefeito de Manaus Arthur Neto, chegou a realizar o seguinte comentário: "Eu jamais iria entregar as minhas grávidas para essa confusão que está na saúde estadual, só se eu fosse louco”. A Maternidade Moura Tapajós, passará por uma reforma. 

A situação está beirando ao caos! Os graves problemas que o Governador Wilson Lima vem travando desde o inicio do seu governo, faz com que parte do seu eleitorado perca as esperanças e sinta saudades de uma certa pessoa...

Cheguei a lembrar de uma frase mitológica na nossa politica cabocla. No segundo turno das eleições de 2008, durante um debate ao vivo. O velho petista Francisco Praciano era candidato a prefeito de Manaus, disparou em direção ao Prefeito Serafim Corrêa, que tentava a reeleição. "Você  permitiu que as pessoas perdessem a esperança e o Amazonino, que estava de pijama, tu acabastes de colocar uma gravata nele. Ele já está preparando o paletó". 

De fato estava. Amazonino Mendes foi eleito prefeito de Manaus em 2008. Serafim Corrêa, mesmo com a máquina do município em suas mãos, não conseguiu a reeleição.

O Governador Wilson Lima, tem que mostrar para que veio, ou então, o Negão vai voltar nos braços do povo!

Serafim Corrêa,  depois da derrota para Amazonino Mendes, conseguiu se afirmar na politica amazonense. Hoje é deputado estadual.

Por outro lado, o Governador Wilson Lima, conseguiu prestígio diante dos seus eleitores como apresentador do programa diário "Alô Amazonas", da TV A Crítica. Caso não faça um bom governo, corre o risco de perder uma possível reeleição. O problema será depois, como voltar para a sua antiga empresa?  Já que a emissora tem um novo xodó: Sikera Jr.!

















  





quinta-feira, 8 de agosto de 2019

Governador Wilson Lima (não) vai revogar!

Revogar ou não revogar, eis a questão!

Ocorre nesta quinta-feira (08), a primeira paralisação da greve de tempo determinado, liderado pelos sindicatos que representam as categorias de funcionários públicos da educação, saúde e segurança. A unificação ocorreu após o Projeto de Lei 009/2019, que foi aprovado no dia 12 de junho, na Assembleia Legislativa. Os servidores querem a revogação da lei.

Um dos objetivos da Lei é suspender o reajuste salarial dos servidores por dois anos, até 2021.

O Projeto de Lei foi aprovado na ALE-AM, com 14 votos favoráveis contra sete contrários. Três Deputados estaduais estavam ausentes.

É aqui onde queríamos chegar! 

Mesmo sem dados numéricos, é nítido o desgaste do Governador Wilson Lima. A sensação que temos é que o governador não consegue avançar, apresentar projetos que tragam melhorias de fato para a sociedade.

Neste momento, ele está de mãos atadas. Se revogar, poderá perder o apoio de uma parcela  dos 14 deputados estaduais que votaram a favor do governo. 

É preciso considerar que cada Deputado Estadual, que se expôs a votar um  projeto repugnante que prejudica diretamente os servidores públicos e consequentemente a sociedade, teve muita coragem para se expor diante dos seus eleitores - uma parte são servidores - para ter votador a favor.

Se não revogar, poderá entrar para a história como o Governador responsável pela primeira greve unificada do Estado do Amazonas.  

Honestamente, considero impossível o Governador revogar ainda este ano. Mas no mundo da política, a palavra "impossível", é muito vaga.

O melhor a fazer neste momento é buscar o diálogo com as lideranças dos sindicatos. Quem sabe uma promessa  de revogação para o inicio do ano 2020. Ano de eleição! 

Que bronca!


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quarta-feira, 7 de agosto de 2019

Pra ver como são as coisas



Liberdade para Lula já!

Por Rafael Bentes - FacebooK

Há mais de dois anos os membros do STF criticam abertamente os procedimentos, muitas vezes ilegais, da Lava Jato e da justiça federal com base em Curitiba.

Por vezes eu ouvi da boca de figurões como Joaquim Barbosa e Edson Fachin frases como "Código Penal de Curitiba", "Constituição de Curitiba" e até "República de Curitiba".

A lei estava sendo descumprida a torto e a direito e a última instância de justiça do país nunca fez nada.

Pois bem, agora surgiram os Vazamentos do Intercept, os próprios membros do STF eram vítimas dos absurdos de Sérgio moro e companhia.

Hoje a tarde o STF deu o troco. Por quase unanimidade (apenas um voto contra) o Supremo Tribunal Federal contrariou a Lava Jato sobre seu principal Troféu: Lula.

Decidiram que Lula merece respeito e não deve ir para o presídio de Tremembé, em São Paulo.

Assim se faz a justiça no Brasil.

segunda-feira, 5 de agosto de 2019

Um sorriso para Deus

Fazendo arminha

Marco Antônio Feliciano.

Pastor.

Moralista.

Deputado Federal.

Um homem temente a Deus.

Evangélico, tem como grande missão terrena levar os ensinamentos do Pai Celestial.

Na Terra, pastores como ele, são interlocutores diretos do próprio Deus.

Ajudou arduamente na eleição passada de Jair Bolsonaro, espalhando ingênuas fake news. 

Tão honesto.

Tão integro.

Tão humano.

Quantas batalhas já travou contras as LGBT's, em nome da família tradicional  e do conservadorismo? Onde já se viu diversidade sexual. Bendito pecado carnal. Nada para as minorias. Nem mesmo o amor! 

No governo de Bolsonaro,  todos já sabem que a mamata acabou!   

"Amarás o teu próximo como ama a te mesmo". Desde que seja heterossexual!

Só pode papai e mamãe! Homem com homem vira lobisomem, mulher com mulher vira jacaré.

A vida é apenas um sobro para gastar tempo e se importar com a sexualidade dos outros.

Tirou foto fazendo arminha. Com pose de durão.

A arminha invisível em suas mãos, diariamente mata o povo brasileiro:

De fome!

De indignação!

De ignorância!

De vergonha!

Aliás, vergonha não!

Quem deve sentir vergonha é o Deputado Federal.

Quem deve se envergonhar é o Pastor.

Fico pensando no dia do juízo final. Justos e pecadores na mesma fila esperando a vez de se explicar com Deus.

Deus ao centro. Do lado esquerdo, Jesus. Do lado direito, Maria.

Feliciano, crente que será salvo, abri um sorriso de R$ 157 mil reais. Enquanto 13 milhões de brasileiros estão desempregados. Enquanto a miséria volta a bater na porta do pobre povo brasileiro.

O pastor fica cara a cara com Deus, abre um sorriso.

Um sorriso de R$ 157 mil reais!

Dinheiro público! Dinheiro do contribuinte! Dinheiro seu! Dinheiro meu!

Apenas, R$ 157 mil reais para cuidar da saúde bucal do Excelentíssimo Deputado Federal Marco Antônio Feliciano!

Um sorriso maroto.

Um sorriso para Deus!

    






domingo, 4 de agosto de 2019

APMC: imagine autonomia para todas as escolas públicas

APMC - Associação de Pais, Mestres e Comunitários

Recorremos ao Google, para termos um conceito sobre o significado da sigla "APMC (Associação de Pais, Mestres e Comunitários) é uma entidade jurídica de direito privado, criada com a finalidade de colaborar para o aperfeiçoamento do processo educacional, para a assistência ao escolar e para a integração escola-comunidade".

Perfeito!

Eis que ontem a noite (4), fui dar uma voltinha com o meu povo e me deparei com uma grandiosa festa "agostina", que estava ocorrendo no  Studio 5 - Centro de Convenções. Ora, a primeira coisa que veio a  minha mente foi "tacacá". Tomar um delicioso tacacá!

Para a minha surpresa, indo em direção ao Centro de Convenções, vi muitas crianças pequeninas, com idade entre 2 a 5 anos, acompanhadas pelos pais. Muitos pais levavam nas mãos aquelas guloseimas deliciosas de festa junina. Foi então que percebi que estava participando do arraial de uma escola pública! Fiquei maravilhado!

Tudo lindo! Imagine.

O arraial estava sendo promovido por uma escola de Ensino Infantil administrada pela PMAM. Passei a observar e prestar um pouco mais de atenção ao meu redor, além da festa.

Ao entrar no Centro de Convenções, a primeira situação que me chamou atenção foi a fila de pais diante de uma sala com uma placa de emborrachado escrito APMC - imagem acima.

Muitos pais  "compravam" a mesa do Arraial.

Então surgiram alguns questionamentos:

Por que as APMC's das escolas militares têm autonomia em cobrar mensalidade dos pais/responsáveis e as escolas públicas civis não? Existem escolas não militares que também cobram mensalidades e fazem parte da Seduc? Se tem, quais são?

Fazendo umas continhas banais, vejamos: se uma escola estadual tiver cerca de mil alunos e cada pai/responsável contribuir com dois reais, teremos R$ 2 mil reais mensais. Em um ano seria cerca R$ 24 mil reais! Imagine uma mensalidade de R$ 30 reais,  sendo paga pelos pais/responsáveis dos supostos mil alunos.  Haveria uma arrecadação mensal de R$ 30 mil reais! Cerca de R$ 360 mil reais anual!

Imagine esse dinheiro sendo administrado pela APMC, em todas as escolas públicas, não apenas nas militares. Imagine um gestor de escola civil fazendo bom uso desse dinheiro.

As escolas poderiam fazer sua própria manutenção sem precisar esperar longos dias para serem atendidas por suas reivindicações diante da Seduc. Imagine poder realizar com os alunos excursões em museus, zoológicos, teatros, bibliotecas, etc. Sem precisar passar semanas fazendo cineminha, ou torneios de futebol para conseguir dinheiro para pagar o transporte. Imagine uma sala de informática com internet funcionando, data show em cada sala, assim como salas de matemática, física e ciência. Acervo da biblioteca sendo renovado. Aulas de Educação Física com material adequado, e não apenas a velha e surrada bola de futebol.

"Imagine"... John Lennon, conseguiu imaginar um mundo melhor. Eu estou imaginando escolas públicas melhores, principalmente onde elas são essenciais: nas periferias! 

Agora voltando para a realidade: em muitas - não sei se todas - escolas públicas civis, pelo menos onde já trabalhei e trabalho, muitas vezes ao longo do ano, falta material pedagógico, como uma simples resma de papel oficio. Ar condicionados existem, estão pendurados nas paredes, porém, muitos estão danificados. Material pedagógico, na maior parte do ano letivo é apenas um sonho.

O que chama atenção, é perceber que o Estado tem apenas um sistema de educação, mas com dois modelos de escola. Uma tem autonomia e mecanismo para adquirir recursos (capital), e a outra, não!

Não sou a favor de cobrar mensalidades longe da realidade dos pais, principalmente nas escolas periféricas. Mas, é nítido que há diferenças entre as escolas militares e civis. É dever do Estado proporcionar oportunidades iguais para todos os alunos do Amazonas.

Se não fosse pela garra, dedicação e ousadia de muitos professores, várias escolas nas periferias seriam apenas depósitos de crianças, adolescentes e jovens, e não um lugar para adquirir conhecimento e cidadania.

É fato, muitos professores tiram dinheiro do próprio bolso para ajudar nos eventos da escola. Já presenciei uma colega levar um ar condicionado da sua residência para ser instalado na sala de aula onde lecionava.

Imagine trabalhar numa sala com 30 crianças, com sensação térmica de 40 graus. Principalmente durante o nosso verão escaldante.   

Não tenho nenhuma crítica quanto as escolas militares, muito pelo contrário, admiro a sua autonomia. Só não consigo entender a seguinte pergunta: se nas escolas militares as APMC's, podem cobrar mensalidade, por que nas escolas civis não podem? Ambas não são públicas?  Um peso, duas medidas, não parece justo! 

Quem sabe um dia, professores da periferia possam levar os seus alunos para dançar no palco do Studio 5 - Centro de Convenções. 

Imagine...   

Talvez não! Na periferia a festa é mais divertida!

Grande arraial 

Diálogo que tive com uma mãe de um pequenino

Eu - A escola é pública, né?

Mãe - Sim...

Eu - Os pais pagam mensalidade para a APMC?

Mãe - Damos uma contribuição...

Eu - Quanto?

Mãe - Mais ou menos uns R$ 60 reais. Eu não lembro bem, pois efetuo o pagamento em seis em seis meses. Dá uns R$ 300 e pouco reais... Lá é muito bom...

O que fala a Constituição Federal

Art. 206 - O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios:

I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;

[...]

IV - gratuidade do ensino público em estabelecimento oficiais;

[...]

VII - garantia de padrão de qualidade.

[...]


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