sábado, 24 de dezembro de 2016

A barba do Papai Noel (Capítulo 5)

(Luciano Roberto)

Chantageando o doutor
 (Capítulo 5)


Professor Dr. Joed Silva

Nos dias seguintes, Mariáh acompanhou Enoque até o seu trabalho. Pesquisaram, observavam as pessoas que frequentavam o shopping. Estavam preparados, faltava apenas atrair o Professor Dr. Joed Silva.

Uma das maneiras de chamar a atenção do professor, não seria outro, senão através de chantagem. Mariáh tinha uma infinidade de imagens com o Dr. Joed, ela estava disposta a expor para a família do professor e na própria universidade. Mariáh ligou.

__ “Oi, quem fala?” Atendeu ao telefone o professor Joed.

__ “Mal apareceu uma aluninha nova e você simplesmente me excluiu do seu mundo meu caro Orientador”.

__ “Oi Mariáh, tentei falar com você, mas estou verificando vários trabalhos, inclusive o seu”...

__ “Deixa de papo Joed, eu vi você com aquela aluna novata no teu escritório, quero conversar contigo pessoalmente”...

__”Vem aqui na UFAM”.

__ “Não, vamos nos encontrar a noite no Shopping Puai, às 20 horas, hoje. Não falte, se você faltar vou te ferrar, ou você esqueceu as imagens íntimas que fazíamos juntos? Tem uma aqui, muito interessante: você vestido com a minha calcinha de renda preta. Lembra”?

Mariáh desligou o celular, e postou no WhatsApp do professor algumas imagens comprometedoras. Imediatamente o celular dela tocou. Era o Dr. Joed.

__ “Sua idiota, o que você quer? Você sempre soube que o nosso caso era apenas uma curtição, nada sério. Sempre deixei claro isso para você. Por que age como uma maluca, ficou louca? Assim como te ajudei academicamente, posso te destruir”.

__ “Dane-se! Ou você aparece hoje no shopping, ou amanhã todos saberão quem é o tarado do Professor Dr. Joed Silva.

Desligou o celular, tirou o chip. Estava diante de Enoque. Pegou a gravata borboleta, que tinha feito um local perfeito para colocar a pequena arma. Colocou a barba do Papai Noel, branca, longa e  cheia. Não dava para perceber que embaixo daquela barba falsa, havia uma arma de fogo. A gola branca da roupa, como era espessa, ajudava a camuflar ainda mais a arma.

Mariáh olhou para Enoque, mostrando que agora não tinha mais volta. Talvez a juventude não permitisse perceber a loucura que estavam prestes a realizar. Nada mais importava. Enoque estava seduzido pelo fogo ardente da paixão, já Mariáh, sentia a sanidade da vingança tomar toda a sua razão.

Naquele dia, um dia antes do Natal, fizeram amor mais uma vez na cama de solteiro de Enoque. Despediram-se. Decidiram que se encontrariam apenas a noite no shopping.

Enoque ficou deitado na cama. Lembrou-se do seu tempo de menino em Barcelos. Adorava pescar com o seu velho pai. Nunca se esquecera das histórias que seu pai contava: Curupira, Boto, Cobra Grande entre outras. Ficou lembrando cada uma delas, até que adormeceu.

Mariáh pegou um ônibus. Finalmente depois de passar três noites fora, voltava para casa. Morava apenas com a mãe. O pai tinha morrido alguns anos atrás, acidente de carro. Mariáh sempre foi estimulada a viver a liberdade, a viver a vida, mas com responsabilidade. Vinha agora uma frase que viu seu pai falar, em uma reunião de família.

__ “A vida é muito curta para se viver sofrendo”. Seu pai certamente não estava orgulhoso com as últimas ações da filha, Mariáh estava decidida.

Uma leve chuva começou a cair. O céu da Zona Leste de Manaus ficou cinzento, tudo parecia está em sintonia. Estava fazendo um frio bom.

Poderia desistir do plano idiota e infantil, mas queria que Joed sentisse o mesmo que ela estava sentido.

Queria vingança!

(Continua...)

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