quarta-feira, 24 de julho de 2019

A ditadura bate na porta... outra vez!?

Agentes da Polícia Rodoviária Federal no Sinteam

Devido a visita de Jair Messias Bolsonaro a Manuas, movimentos sociais que se reuniam na sede do sindicato dos professores - Sinteam, no dia 23/07, foram surpreendidos por uma visita nada esperada. Simplesmente três supostos agentes da Polícia Rodoviária Federal, entraram no Sinteam e participaram da reunião. Motivo: queriam saber como iria ocorrer a manifestação na visita do presidente, no dia de hoje (25). Um claro ato de censura, e porque não, o inicio de uma ditadura silenciosa.

Esse fato nos levou a pensar na nossa jovem democracia, e na própria história do Brasil.

A frágil democracia brasileira corre o risco de ser violentada novamente. Digo novamente por entender que o povo brasileiro não reconhece de fato a sua importância. Talvez seja por ignorância, talvez seja por pura pacificidade

O povo nunca lutou por democracia! Sempre houve na história do Brasil grupos de resistência contra a tirania. Grupos que ocupam os livros de história quase que isoladamente. Que vão da Cabanagem  (1835-1840), aos grupos armados que lutaram contra a Ditadura civil-militar (1964-1985). Mas nunca houve unidade do povo!  

Sabemos da importância desses movimentos. A Cabanagem por exemplo foi uma revolta que surgiu do seio do povo. Porém, foi algo isolado, na Província do Grão-Pará, hoje o Estado do Pará. Não foi uma luta que abrangeu todo o povo brasileiro!

Assim como foi a revolta armada. Algumas centenas de jovens e intelectuais tiveram a ousadia em pegar e usar armas contra o sistema ditatorial do Brasil.

A falta da participação popular é uma constante em nossa história. Talvez seja cultural.

Um país que praticamente negociou a sua independência contra Portugal, mesmo sabendo que houve derramamento de sangue como na Batalha do Jenipapo, ocorrida em 13 de março de 1823, na vila de Campo Maior, no Piaui. Os livros didáticos de história dão pouca ou quase nenhuma importância para esse confronto pela Independência do Brasil.

Temos, então um longo período de Monarquia (1822-1889). Pasme, nos dias assombrosos atuais, há brasileiros que apoiam a volta da monarquia!

D. Pedro II sofreu um golpe de Estado, surgiu a Primeira República. O povo não participou de tal revolução. Dormiu numa monarquia e acordou numa república. E por ai vai, República das Oligarquias, depois a Era Vargas.  O "pai dos pobres" passou 15 anos no poder!

Depois de Vargas, um pouco de democracia.

Até chegar o infame 1° de abril de 1964. O Brasil passa a ser viver uma ditadura que vai durar 21 anos! E nada do povo lutar. E quando falo povo é todos que fazem parte do território brasileiro, de Norte ao Sul.

Após a Ditadura civil-militar recuperamos nossa democracia. A Constituição de 1988, é elaborada! De lá pra cá, tivemos 8 presidentes. Dois sofreram impeachment: Fernando Collor de Melo (1992) e Dilma Rousseff (2016).  

Finalmente em 2018, Jair Messias Bolsonaro foi eleito democraticamente presidente do Brasil com 57,7 milhões de votos.

Jair Bolsonaro tornou-se uma ameaça para nossa democracia. Segundo o sociólogo espanhol  Manuel Castells, o Brasil vive hoje "um novo tipo de ditadura". E eu não duvido!

Parece que a ditadura bate na porta... outra vez!? O povo brasileiro vai aceitar? 



Confira os principais trechos da entrevista de Manuel Castells


  








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