(Luciano Roberto)
Você que tem idade acima de 35 anos, se lembra o que fazia exatamente a 20 anos atrás, mas precisamente no dia 11 de outubro de 1996? Eu lembro. Andei de patins durante a manhã e a tarde fui para Escola Municipal Júlia Barjona Labre, onde estudava, localizada no bairro São José Operário, Zona Leste de Manaus. Na escola, ocorreram os dois primeiros tempos de Língua Portuguesa e o terceiro de Matemática.
Cursava a 8ª série na turma "C". Último ano do Primeiro Grau. Era assim que chamávamos o Ensino Fundamental II. Finalmente tivemos a hora do recreio.
Cursava a 8ª série na turma "C". Último ano do Primeiro Grau. Era assim que chamávamos o Ensino Fundamental II. Finalmente tivemos a hora do recreio.
O "grude" - era como alguns colegas chamavam a merenda da escola - até que era bom. Foi neste momento que apareceu a Hebe, aluna novata na escola que facilmente se entrosou conosco. Era branquinha, com um nível de atitude fora de sério. Além do mais, era uma gata! Ela trazia consigo um cigarro. Ficávamos atrás da escola, batendo papo, paquerando e fumando.
Hebe trouxe a notícia. "Vocês já sabem?". A pergunta flutuou por um instante em nossas mentes sarnentas por conhecimento. "Sabem o quê?". Quase todos que estavam presentes falaram ao mesmo tempo. Foi então que a Hebe disparou a notícia: "Renato Russo morreu!". Caracas! Puta que pariu! Ficamos intactos, era papo, não era verdade. Renato Russo não havia morrido, mas morreu.
Em 1996, vivíamos a década da cultura inútil. A "bundalização" tomou conta do país. De Norte ao Sul não tocava outra coisa na rádio a não ser "É o than". Outra banda que começou a fazer um grande sucesso neste mesmo ano, foram os "Mamonas Assassinas". Com o seu jeito descontraído conquistou o Brasil.
Fumamos nossos cigarros em silêncio. Podíamos ouvir o canto dos pássaros, o vento soprando nossos rostos, o barulho dos ventiladores do teto empoeirados das salas vazias. Finalmente o barulho da campainha, que nos avisava o fim do recreio.
Retornamos para a sala de aula. Ficamos esperando amarguradamente o termino do dia letivo.
Ao sair da Escola Municipal Júlia Barjona Labre, fomos até ao Bar do Sally. Famoso bar de encontro de adolescentes e jovens que curtiam rock n' roll. Lá encontrei vários amigos, todos lamentando a morte do poeta. Renato Russo morreu e deixou sua obra prima para todo sempre: a música.
O bom e velho rock n´roll nacional, havia ficado mais uma vez órfão.
Fiquei imaginando as cenas, lembrei do Carlos Ramon kk muito bommm !
ResponderExcluirQue bom que vc gostou Nathalia. O Carlos Ramon também ia curtir. Abraço!
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